terça-feira, 19 de maio de 2009

Igreja, você crê?

Fiquei em dúvida antes de fazer esse post, pois odeio discutir religião.
Mas quero que levem isto como uma simples troca de idéias. Estou expressando nestas sinceras palavras meu ponto de vista, mais nada.
Se ficar nervosinho(a) comigo, não perca seu tempo vindo encher o saco.




Apesar de ter sido batizado e criado por família católica, não acredito e jamais acreditarei. Qualquer coisa do cotidiano hoje em dia tem 'Deus' no meio, na TV, nos jornais, em todos os lugares.

A igreja sempre foi uma grande arma econômica, pastores vendiam perdão, a igreja ganhava terras, e muitos outros benefícios. Aos poucos todo este fanatismo foi se espalhando e o mundo inteiro acabou caindo na conversa de pessoas espertas que se diziam e dizem serem os porta-vozes entre Deus e o homem -.-. Aos poucos, outros, mais racionais, começaram a perceber a grande farsa e tentaram consertar, com a reforma, o que já não tinha mais conserto, mas não fez muita diferença.

Será que não é possível enxergarem que tudo isto pode ter sido criado por uma mente, digamos, captalista?

Caso tenha lido a reportagem "Quem Escreveu a Bíblia?", da Super Interessante de dezembro de 2008, pode se lembrar que quem redigia a Bíblia eram diversos monges e que os mesmos acabavam por mudar os textos para atacar mulheres e muçulmanos.


Sim, é reconfortante acreditar em um ser divino que nos criou à sua imagem e semelhança e nos ama incondicionalmente. Ainda mais reconfortante, na minha opinião, é o conceito da vida após a morte. Nada disso, no entanto, muda o fato de que não existe nenhuma evidência científica que dê suporte a tal fato. A hipótese de um criador do universo suscita um problema ainda maior do que o que tenta resolver: se o Universo tem um criador, quem criou o criador?

A base da crença em Deus é a Bíblia, um livro permeado de absurdos, inverdades científicas e escrito por homens primitivos que, entre outras coisas, acreditavam que a Terra era plana, acreditavam na existência de monstros marinhos, que não sabiam "aonde o Sol ia à noite" e que acreditavam que cuspir em um ferimento aberto ajudava a curá-lo. Fora isso, a Bíblia foi escrita dezenas de anos após a morte de Jesus por autores que nunca o conheceram, além de não se saber com exatidão quem eram estes autores e quais eram as suas motivações. Para um livro que supostamente é historicamente correto parece estranho que apresente 3 versões diferentes de como José e Maria foram parar em Belém, por exemplo. Fora o fato de que Herodes, uma figura importante na história de Jesus segundo a Bíblia, já havia morrido na época do nascimento de Jesus.

Várias das características e fatos relativos a vida de Jesus eram bastante comuns aos deuses das religiões existentes na época naquela mesma região. Por exemplo, tentem adivinhar de quem estou falando: filho de um Deus, nasceu no dia 25 de Dezembro de uma mãe virgem, foi batizado em um rio, a pessoa que o batizou foi decapitada, curava os doentes, fez um morto ressuscitar, foi crucificado e depois de 3 dias ressuscitou para se tornar o salvador da humanidade. De quem eu estou falando? Se você pensou Jesus Cristo, errou. Estou falando de Horus, um Deus egípcio, e sua história pode ser encontrada no Livro dos Mortos, escrito no ano de, presta atenção nesta: 1238 A.C.. Isso mesmo, ANTES DE CRISTO. Tudo o que os autores da bíblia fizeram foram ler o Antigo Testamento e fazer com que as histórias do Novo Testamento se encaixassem em suas profecias, e atribuir a Jesus características de deuses de outras religiões já existentes.

Além disso, hoje até mesmo a Igreja Católica admite que a história da criação do Universo e da criação do homem que consta em Gênesis é apenas uma alegoria. Ora, se Deus realmente escreveu ou influenciou o que está escrito na Bíblia, por quê ele inventou uma história a respeito? Por quê não explicar como aconteceu o Big Bang?

Se Bíblia é a palavra de Deus, como explicar passagens como estas:

Êxodo 21:20-21 Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado; mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado; porque é dinheiro seu.

Ou seja, não só Deus não condena a escravidão, ele acredita que o dono do escravo tem o direito de castigá-lo, pois é sua propriedade.

I Timóteo 2:11-12A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão.Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio.

Ou seja, Deus acredita que as mulheres devem ser completamente submissas ao homem, e todas as professoras e mulheres que ocupam qualquer posiçao de autoridade estão flagrantemente desrespeitando a palavra de Deus.

Existem dezenas de passagens igualmente absurdas na Bíblia, entre elas de que uma mulher adúltera ou que não tenha se casado virgem, um filho desobediente aos pais e alguém que trabalhe no sábado (suposto dia em que Deus descansou após criar a Terra) devem ser punidos com a morte por apedrejamento. E eu me pergunto, como as pessoas racionais podem acreditar em um livro que contenha tamanhas atrocidades? Se a bíblia tivesse o título "Crenças e Costumes da Idade de Bronze" hoje seria motivo de piadas e assombro dado o seu grau de barbaridade.

Mais um ponto contra a existência de Deus é o fato de que este nunca parece atender a preces impossíveis, embora Jesus claramente fale na Bíblia que aquele que pedir a Deus será atendido e que nada a Deus é impossível. Todos os estudos científicos já feitos em relação ao efeito das orações provaram estatisticamente que orações não possuem nenhum efeito sobre a recuperação de doentes. Todos os "milagres" acontecidos até hoje possuem a ambiguidade de que o fato de alguém ter orado poder ter sido apenas uma coincidência. Sempre que se elimina a ambiguidade, fica claro a inutilidade das orações. Não importa quão temente a Deus você for, quantas pessoas rezarem e quão sincero este prece for, Deus nunca restituirá as pernas de um amputado nem nunca erguerá para fora da água um carro lotado de crentes que tenha caído em um rio a caminho da missa. Você pode pensar que estes são exemplos esdrúxulos, mas lembre-se: "nada é impossível para Deus" (a não ser que você acredite que Deus tenha mentido na Bíblia). Pessoas que se curam de câncer após cirurgias e meses de tratamento atribuem a sua cura a Deus. Ora, se Deus foi o responsável, por quê se tratar com medicina? Pra que plano de saúde? Porque as pessoas sabem, no fundo, que orações não funcionam.

Muitas das injustiças e atrocidades que ocorrem no mundo, como os 10 mihões de crianças que morrem de fome anualmente, mulheres sendo estupradas, terrorismo, serial killers, desastres naturais etc são explicados (ou melhor, não explicados) por pessoas religiosas como sendo "a vontade de Deus", citando logo em seguida que Deus "tem um plano para todos nós". Sem deixar de mencionar que isso tudo é um "mistério" que não nos cabe entender. Ora, existe uma forma de resolver este mistério: Deus é imaginário. Atrocidades acontecem porque não existe um Deus em algum lugar no céu para nos proteger, para atender às nossas orações, para garantir que coisas ruins não aconteçam a pessoas boas. Não é muito mais plausível do que acreditar que, por exemplo, o João Hélio tenha morrido arrastado por quilômetros do lado de fora de um carro dirigido por assaltantes porque este era o plano de Deus para ele? E se o plano de Deus para você for morrer amanhã com uma bala perdida na cabeça? Eu prefiro não acreditar que sou apenas uma marionete nas mãos de Deus.

Pessoas religiosas acreditam e veneram um Deus sem parar para pensar na razão pela qual elas veneram este determinado Deus, se esquecendo que (na esmagadora maioria dos casos) apenas seguem as crenças dos seus pais. Sem contar o fato de que o Deus em quem essa pessoa acredita é aleatório e depende principalmente de onde e quando esta pessoa nasceu. Um católico que acredita em Deus e se sente ofendido quando alguém questiona a sua existência não raciocina que se sentiria da mesma forma em relação a Alá se tivesse nascido no Afeganistão, a Brahma se tivesse nascido na Índia, a Zeus se tivesse nascido na Grécia antiga etc.

Para acreditar em um Deus é necessário desligar a capacidade de pensar racionalmente e apenas aceitar o que lhe é dito sem questionamento. As religiões inclusive tentam nos convencer (e são bem sucedidos em muitos casos) que isto é uma virtude (a famosa fé). Na minha opinião, essa é uma das maiores mentiras que a religião conseguiu convencer as pessoas, a de que é uma virtude acreditar em algo sem nem um fio de evidências. Junta-se a isso a mentira de que nós tiramos o nosso senso de moral de Deus, quando na verdade foi a religião que tirou seu senso de moral de nós, e não o contrário. Uma moral bastante distorcida, a propósito, a não ser que alguém aqui acredite que os muçulmanos radicais que seguem o Alcorão à risca, tratando as mulheres como cidadãs de segunda classe e que se matam e matam pessoas inocentes "em nome de Deus" são os que estão corretos.

Devo reconhecer o conforto que as pessoas tiram da religião. Mas também não posso deixar de perguntar: a que preço? Fazendo um balanço, este conforto realmente equilibra a situação quando considerarmos que a maioria das guerras ocorridas na história tiveram motivação religiosa? Que o terrorismo tem motivação religiosa? Compensa todos aqueles que foram torturados e mortos durante as Inquisições? E a quantidade de crianças molestadas por padres (só nos EUA, são 160 novas denúncias por ano)? E todo o dinheiro doado "para Deus" que seria muito melhor aproveitado em instituições de caridade? As pessoas não enxergam que enquanto elas vendem seu carro velho para doar o dinheiro para a Igreja (Universal, Renascer e afins) os auto-denomidados bispos moram em mansões e dirigem carros importados?

Me desculpem, mas não posso deixar de concluir que na história da humanidade e ainda hoje em dia a religião faz muito mais mal do que bem, e que todos nós nos beneficiaríamos de nos livrarmos desta superstição boba.

See ya.

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